sábado, 27 de junho de 2020



VER OU OLHAR
“Os olhos são as janelas para a alma.”.
Edgar Allan Poe

VER e OLHAR são atos distintos. Para a ciência envolvem partes distintas de nosso cérebro. 

Ver é uma ação mecânica, natural, não desperta interesses não gera atitudes.

O olhar é a porta aberta da observação. Exige atenção, interesse, sensibilidade, provoca sentimentos, emoções, atitudes. As pessoas podem ver a mesma coisa, mas com olhares muito diferente. A sensibilidade, as emoções, os interesses são muito diferentes. Dependem do interesse, do conhecimento e da cultura de cada um.

O ator precisa ter consciência dessa diferença. Em cena o ator deve estar sempre olhando: percebendo, sentindo, expressando, emoções, atitudes, interesses. As personagens, entretanto, nem sempre estão olhando, apenas vendo.

“Os olhos são as janelas para a alma.” Este pensamento atribuído a Edgar Allan Poe, pode ser considerado como a síntese da importância do olhar. O olhar mais que qualquer outra reação corporal expressa nossas emoções, sentimentos e intensões. A alegria e a tristeza, a raiva e o medo, a determinação e a indolência, por mais que se tente ocultar, estarão sempre expostos na “janela da alma”.

OLHAR IMPLICA EM COMPROMETIMENTO, RESPONSABILIDADE.

É preciso saber olhar. É preciso compreender o olhar.

E isso exige estudo, atenção, dedicação, ponderação.

O saber olhar além de nos conectar ao outro, ao mundo, no leva a interiorização, as profundezas de nossa alma, à percepção e conhecimento de nosso verdadeiro eu.


Abordo esse tema com maior profundidade em meu livro:

LUZES DA RIBALTA
Ator e Ser - Fantasia, sonho e realidade na longa jornada em direção ao palco.


      



 

domingo, 14 de junho de 2020



                       CAMINHOS
                       A longa jornada em direção às Luzes da Ribalta

Caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar.
Antonio Machado

Sabemos que caminho é o espaço que nos leva a um objetivo. E que jornada é a viagem que se faz através desse caminho. E como nos diz o poeta espanhol:

“Caminhante, não há caminho, se faz caminho ao andar.”

Quantas deduções, conjecturas, elucubrações nos possibilitam essas palavras, quando nos determinamos enfrentar a longa jornada em direção as “Luzes da Ribalta.”.

O primeiro passo é definir claramente o que pretendemos e porque pretendemos.

Aonde queremos chegar? Qual o caminho a trilhar?  O que é preciso fazer?
Que ferramentas utilizar? Que conhecimentos já temos? Quais conhecimentos nos faltam?  

Para enfrentar essa jornada, trilhar esse caminho que com certeza não será fácil. É preciso: método, determinação, persistência, paciência, diligência.

E o mais importante crer em nós mesmos.

Conta a história, ou lenda? Que em um momento de indecisão, de desespero Santo Agostinho teria pronunciado, para sí mesmo: (Si isti et istae, cur non ego?) – “Se estes e estas podem, porque não eu?” E tornou-se grande doutor da igreja, que conhecemos.

Todos nós temos nossos ídolos. Por que não seguí-los, superá-los.

                      Santo Agostinho nos ensina que: “A esperança tem duas lindas filhas. uma chama-se indignação que nos                            ensina a não aceitar as coisas como estão; a outra coragem e nos ensina à mudá-las”.
                      Caminhemos, pois em busca das “Luzes da Ribalta”, acompanhados da “Esperança e de suas duas lindas                          filhas.”.
                     
                     Cientes de que essas luzes não iluminam apenas o caminho em direção ao palco, mas os caminhos da vida.
        
                     Caminhos que construímos caminhando.

                      Abordo esse tema com maior profundidade em meu livro:
LUZES DA RIBALTA
Ator e Ser
Fantasia, sonho e realidade na longa jornada em direção ao palco.



 


domingo, 7 de junho de 2020


O TEATRO E A PANDEMIA
Tenho ouvido muita gente reclamar da quarentena que a pandemia nos impôs. Muitos dizem não aguentar mais ficar presos em casa. Outros que é muito difícil controlar as crianças. É realmente um momento difícil. Difícil, mas que pode ser transformado em momentos de prazer, alegria e crescimento: individual, social e espiritual, atráves da prática teatral.
Alguns podem ponderar. Mas, fazer teatro exige muito esforço, trabalho, estudo e dedicação? Eu não tenho nada disso, e mais, não tenho tempo.
Sem dúvida o bom teatro apresentado nos tablados do mundo exige muito trabalho, estudo, entrega. E com certeza tempo para amadurecer. Mas, não é do teatro profissional ou amador que estou falando. Estou falando da capacidade que todo ser humano tem em compartilhar aquilo em que acredita, de compartilhar o que gosta.
Qual a função do teatro, senão compartilhar, compartilhar ideias, ideais, sentimentos, sonhos?
Como fazer isso entre quatro paredes e sem os mínimos recursos de que o teatro se vale? Indagará outro.
Para o ato teatral acontecer quatro elementos são necessários: o texto, ou seja, algo a ser contado ou mostrado, um espaço, alguém para contar ou mostrar e alguém para assistir.
Assim, que oportunidade melhor para praticar nossas habilidades teatrais e artisticas como: atores, cenógrafos, figurinistas, músicos, contando uma história neste momento de quarentena.
Mas, é muito difícil, em casa ninguém tem essas habilidades, e além do mais não se tem espaço. Insistirão os mais tímidos.
Porque não experimentar, porque não sentir a magia do teatro acontecer dentro de nossa casa; dentro de nosso ser.
Nosso teatro, o teatro ocidental, tem como ponto de partida o teatro grego no século IV AC. – “A era de ouro da Grécia Antiga.” Entretanto estudos mais avançados indicam que o teatro se iniciou quando nos primórdios dos tempos, o caçador reunia a tribo em volta de uma fogueira e narrava suas aventuras e peripécias durante a caça para o sustento da tribo.
Se o homem primitivo podia, por que não nós?
Basta um cantinho em nossa casa; um livro infantil, ou uma ideia na cabeça e crianças, e ou jovens e adultos sentados no chão como espectadores. Melhor ainda participando da interpretação, da dramatização do texto ou da ideia, construindo, improvisando um pequeno cenário, fuçando no ármário ou nas coisas da mãe e do pai para definir o figurino. Por que não viajar no mundo mágico da maquiagem? Por que não temperar, dar um sabor a mais com uma trilha musical?
Se houver algum adulto resmungão por perto é só colocá-lo em cena.
  Os interessados em se aprofundar nesse tema poderão encontrar mais informações em meu blog ou em meu livro:
LUZES DA RIBALTA
Ator e Ser
Fantasia, sonho e realidade na longa jornada em direção ao palco.


meu blog: