O TEATRO E A PANDEMIA
Tenho ouvido muita gente reclamar da quarentena que a pandemia nos
impôs. Muitos dizem não aguentar mais ficar presos em casa. Outros que é muito
difícil controlar as crianças. É realmente um momento difícil. Difícil, mas que
pode ser transformado em momentos de prazer, alegria e crescimento: individual,
social e espiritual, atráves da prática teatral.
Alguns podem ponderar. Mas, fazer teatro exige muito esforço, trabalho,
estudo e dedicação? Eu não tenho nada disso, e mais, não tenho tempo.
Sem dúvida o bom teatro apresentado nos tablados do mundo exige muito
trabalho, estudo, entrega. E com certeza tempo para amadurecer. Mas, não é do teatro
profissional ou amador que estou falando. Estou falando da capacidade que todo
ser humano tem em compartilhar aquilo em que acredita, de compartilhar o que gosta.
Qual a função do teatro, senão compartilhar, compartilhar ideias,
ideais, sentimentos, sonhos?
Como fazer isso entre quatro paredes e sem os mínimos recursos de
que o teatro se vale? Indagará outro.
Para o ato teatral acontecer quatro elementos são necessários: o
texto, ou seja, algo a ser contado ou mostrado, um espaço, alguém para contar
ou mostrar e alguém para assistir.
Assim, que oportunidade melhor para praticar nossas habilidades teatrais
e artisticas como: atores, cenógrafos, figurinistas, músicos, contando uma história
neste momento de quarentena.
Mas, é muito difícil, em casa ninguém tem essas habilidades, e além
do mais não se tem espaço. Insistirão os mais tímidos.
Porque não experimentar, porque não sentir a magia do teatro
acontecer dentro de nossa casa; dentro de nosso ser.
Nosso teatro, o teatro ocidental, tem como ponto de partida o
teatro grego no século IV AC. – “A era de
ouro da Grécia Antiga.” Entretanto estudos mais avançados indicam que o
teatro se iniciou quando nos primórdios dos tempos, o caçador reunia a tribo em
volta de uma fogueira e narrava suas aventuras e peripécias durante a caça para
o sustento da tribo.
Se o homem primitivo podia, por que não nós?
Basta um cantinho em nossa casa; um livro infantil, ou uma ideia na
cabeça e crianças, e ou jovens e adultos sentados no chão como espectadores. Melhor
ainda participando da interpretação, da dramatização do texto ou da ideia, construindo,
improvisando um pequeno cenário, fuçando no ármário ou nas coisas da mãe e do
pai para definir o figurino. Por que não viajar no mundo mágico da maquiagem?
Por que não temperar, dar um sabor a mais com uma trilha musical?
Se houver algum adulto resmungão por perto é só colocá-lo em cena.
Os interessados em se aprofundar nesse tema
poderão encontrar mais informações em meu blog ou em meu livro:
LUZES DA RIBALTA
Ator e Ser
Fantasia, sonho e
realidade na longa jornada em direção ao palco.
meu blog:
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