quinta-feira, 26 de março de 2020





SER ATOR

Por que ser ator?... Eu?... Não!... Nunca! Eu sei muito bem o que eu quero. Eu quero ganhar muita grana, ser famoso e... Bem!... Você sabe, já teve lá.

Não entendi. Explique-se melhor, por favor. Solicita o velho ator.

As cachorra! As gata! As mina! ... Mas, principalmente, grana! Muita grana!

— E você, Carlos, o que nos diz? Por que quer ser ator?

Na verdade nunca pensei por que quero ser ator... É estranho!... Sinto vontade!... Necessidade!... O palco me atrai!... Fascina!... Mas, não sei por quê.

              — Tem razão Carlos! Existem coisas que nos atraem, nos envolvem, dominam e não sabemos o porquê...

Se não você sabe por que, pra que se preocupar? Segue em frente que atrás vem gente.

Existem coisas que nos atraem, nos envolvem, dominam e não sabemos o porquê, então por que saber o porquê queremos ser atores. Porque, Fernando, são os “porquês?” Que nos motivam e nos dão força para atingirmos nossos objetivos na vida. Sem os “por quês?” não vivemos vejetamos. É preciso ter um objetivo, um propósito na vida.


Assim como o velho ator de nosso livro “LUZES DA RIBALTA”, acredito na importância de definirmos claramente os porquês de nossa vida. Os porquês, definem, indicam e iluminam os caminhos que pretendemos seguir; sejam eles quais forem.   

A curiosidade, a dúvida, a insatisfação são a semente do aprendizado.


Espero que continuemos juntos nessa nova jornada e que muitos por quês surjam. Comentem, perguntem, discordem, compartilhem.



sexta-feira, 13 de março de 2020

LUZES DA RIBALTA


Porque dentro de ti está a luz do mundo  
 a única luz que pode iluminar o Caminho.
Se fores incapaz de percebê-la dentro de ti
será inútil procurar fora.
“A luz no caminho”
Mabel Collins

No conceito geral luzes da ribalta são as luzes colocadas no proscênio junto ao chão, iluminando os atores de baixo para cima. A iluminação teatral vem preocupando os encenadores através dos tempos. Já nos primórdios do teatro, no teatro grego e romano onde o palco era iluminado apenas com a luz do Sol, havia a preocupação em construir os teatros onde havia abundante iluminação solar. Durante a idade média durante a apresentação dos dramas litúrgicos dentro das igrejas a iluminação solar era, também, excencial.

Foi a partir do século XVI que Teatro passou a ser apresentado dentro de espaços fechados e, era iluminado por tochas e velas evoluindo posteriormente, a partir de 1783, para os lampiões. Mas esse tipo de iluminação tinha o inconveniente do mau cheiro.  O gás depois de ser utilizado na iluminação nas ruas a partir de 1803 e depois de 1840 nas residências, invadiu os palcos em 1850. Mas foi após a invenção da luz elétrica em 1879 que a iluminação passou a exercer maior importância no espetáculo teatral, chegando, nos dias de hoje, em certos espetáculos, a assumir a função de prima dona.

Entretanto, a iluminação dos teatros levou muito tempo, até assumir seu papel no espetáculo. Até o século IXX, o público ia ao teatro não apenas para ver o espetáculo, mas, também, para ser visto e ver outras pessoas. Foi a partir de 1876, durante a apresentação das óperas de Richard Wagner que a luz teatral passou a servir apenas o palco.  

Nos dias de hoje, com as novas tecnologias que se aprimoram e expandem a cada dia, a iluminação teatral atingiu requintes jamais imaginados.

Porém, quem realmente ilumina os palcos é o ator. É o ator dando vida à personagens, à textos dos mais variados gêneros e estilos, quem irradia a luz que o espectador absorve e que absorve o espectador, luz levada para casa e, muitas vezes, para a vida. Também o bailarino, o dançarino irradiam a magia dessa luz. Como o é o músico fundindo-se ao seu instrumento, à partitura, à música. 

Você é essa luz. Como artista nos palcos ou na vida. E como diz “Luz no Caminho”. Clássico da filosofia esotérica oriental: - “Porque dentro de ti está a luz do Mundo. A única luz que pode iluminar o Caminho”. –

E qual o caminho do artista, senão o palco, a vida.

“Se fores incapaz de percebê-la dentro de ti, será inútil procurar fora”.  Diz ainda o precioso livrinho. Esse, talvez, o maior, mais árduo e gratificante trabalho do artista. Encontrar, irradiar, compartilhar as verdadeiras ‘LUZES DA RIBALTA”.