AGORA
“Sentir
tudo de todas as maneiras,
viver tudo de todos os lados,
ser a mesma coisa de todos
os modos possíveis ao mesmo tempo,
realizar em si toda a humanidade
de todos os momentos num só momento
difuso, profuso, completo e longínquo. ”
Fernando Pessoa
Alguns
amigos me dizem sentirem-se cansados, injuriados com essa quarentena que o coronavírus
(COVID-19) está nos impondo.
Queixam-se de que os dias têm sido cansativos, repetitivos, monótonos.
Será que não está na hora de aprendermos de tirar algum
proveito dessa reclusão forçada.
Não seria o momento de retomarmos aquele texto que
interpretamos e que não nos agradou. E que até hoje não sabemos se foi
incapacidade nossa, do diretor, do tempo exíguo dos ensaios, ou da pobreza da
produção que não nos entusiasmou?
Ou o que for que tenhamos realizado na vida e não nos agradou.
Para muitos o momento que vivemos, sob o império do
coronavírus, tem ensinado como lavar as mãos.
Devemos lavar as mãos como o ator deve analisar um texto.
Dedo por dedo, ou palavra por palavra, frase por frase,
intensão por intensão. Com toda nossa atenção, considerando esse o momento mais
importante de nossas vidas. Sentindo o prazer da descoberta, a magia da
criação, a posibilidade da realização do impossível.
Como analisamos um texto devemos lavar as mãos e viver o Agora, intensamente, não importa as condições em que ele se
apresente.
O Agora é a única
coisa que temos: o passado já se foi, o futuro ainda não chegou e talvez nunca
chegue. Portanto, vamos aproveitar o Agora e vivê-lo
intensamente, prazerosamente.
Os Romanos tinham uma frase: “Age quod agis.” – Faze o
que fazes. É isso o que devemos fazer:
“Sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo
de todos os lados, ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo”... Como diz... Ou nos
desafia? Fernando Pessoa
Portanto, vamos aproveitar e viver intensamente,
prazerosamente o AGORA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário